Relatório do NCSC adverte que Reino Unido está a subestimar ameaças

Richard Horne, CEO do National Cyber Security Centre (NCSC), destacou que, apesar de o número de ciberataques aumentar consistentemente nos últimos cinco anos, a sociedade e as instituições britânicas não estão a avaliar devidamente a gravidade destas ameaças.

Segundo a revisão anual do NCSC, a equipa de resposta a incidentes da entidade lidou com 430 ciberataques em 2023, um aumento face aos 371 registados no ano anterior. Desses, 89 foram classificados como “significativos a nível nacional”, incluindo 13 ataques de ransomware e seis que exploraram vulnerabilidades críticas em sistemas como o Cisco IOS XE e o PAN OS da Palo Alto Networks. Estes incidentes evidenciam o aumento da sofisticação e intensidade de agentes de ameaças, especialmente ligados à Rússia e à China.

O ransomware continua a ser identificado como a ameaça mais imediata à infraestrutura nacional crítica (CNI) do Reino Unido, com alguns grupos a visar diretamente sistemas industriais essenciais. O relatório sublinha ainda a crescente lacuna entre a capacidade defensiva do país e a evolução das ameaças, alertando para a urgência de reforçar a ciber-resiliência em todos os setores, que se encontram sob risco de uma escalada ainda maior dos impactos.

Apesar de elogiar iniciativas como o programa Cyber Essentials, o NCSC reconhece uma adoção insuficiente, com menos de 1% das organizações britânicas certificadas. Para Richard Horne, a resposta aos riscos exige maior envolvimento de instituições e empresas, especialmente na proteção de infraestruturas, supply chain e economia.