Threats
O relatório anual da NCC Group revela que 2024 foi o ano com mais ataques de ransomware registados desde 2021, apesar dos esforços para combater as ciberameaças
12/02/2025
A NCC Group divulgou o seu Relatório Anual de Ameaças, que aponta 2024 como o pior ano em número de ataques de ransomware desde que a empresa começou a monitorizar esta atividade, em 2021. Com um total de 5263 incidentes, o relatório destaca o aumento da sofisticação das campanhas de ciberataques e o impacto crescente na economia global. De acordo com o relatório, o grupo LockBit manteve-se como a principal ameaça, sendo responsável por 10% dos ataques, o que representa cerca de 526 ataques, apesar de um desmantelamento parcial no início do ano. No entanto, a sua atividade global diminuiu em relação a 2023, dando espaço ao grupo RansomHub, que registou 501 incidentes e se tornou dominante na segunda metade de 2024. A América do Norte foi a região mais afetada, concentrando 55% dos ataques, mas o aumento da atividade criminosa foi sentido em quase todas as partes do mundo, incluindo Ásia, América do Sul e Oceânia. O relatório aponta as tensões geopolíticas e os elevados resgates exigidos como fatores que impulsionaram este crescimento. O setor industrial foi um dos mais visados, representando 27% dos ataques. A sua importância estratégica levou a perturbações significativas em infraestruturas críticas e serviços essenciais, com um aumento de 15% nos incidentes em relação a 2023, diz a NCC Group. Apesar dos esforços das forças de segurança, que coordenaram operações internacionais contra redes criminosas – como as Operações Cronos, Magnus, Destabilise e Serengeti –, os cibercriminosos continuam a reagrupar-se rapidamente. Um exemplo disso foi o regresso do LockBit apenas cinco dias após ter sido desmantelado. O grupo já anunciou que pretende retomar a atividade em força a partir de fevereiro de 2025. Matt Hull, Global Head of Threat Intelligence da NCC Group, alerta que “a escala e a complexidade dos incidentes cibernéticos testaram a resiliência de empresas e instituições em todo o mundo”. O especialista sublinha também que os riscos continuarão a aumentar, impulsionados por ameaças como vulnerabilidades na cloud, API inseguras e o uso crescente da inteligência artificial para fins maliciosos. |