Threats
A Eset revelou que encontrou centenas de milhares de deteções de malware camuflado para contornar as ciberdefesa
05/06/2023
A Eset revelou detalhes sobre um cryptor – uma camada de defesa usada por cibercriminosos para camuflar o código de malware e evitar deteções – com circulação à escala global usado por dezenas de famílias de malware. Designado AceCryptor, esta camuflagem de malware é usada desde 2016 e contribui para espalhar malware em campanhas por todo o mundo. Só em 2021 e 2022, a telemetria avançada da Eset detetou mais de 240 mil ocorrências de malware com AceCryptor, o que equivale a mais de dez mil deteções por mês. É provável que este cryptor seja vendido na dark web ou em fóruns clandestinos. Atualmente, muitas famílias de malware, incluindo malware usado para roubo de credenciais de cartões de crédito e dados sensíveis, contam com o AceCryptor como a sua principal proteção contra deteções. “Para os autores de malware, proteger os seus instrumentos de ataque contra a deteção é um desafio. Os cryptors são a primeira camada de defesa do malware que é distribuído. Embora os autores de ameaças possam criar e manter os seus próprios cryptors personalizados, para os autores de ameaças de malware projetado para o cibercrime automatizado – ou crimeware – muitas vezes pode ser demorado ou tecnicamente difícil manter um cryptor num estado totalmente indetetável. A procura por essa camuflagem deu origem a várias opções de cryptor-como-serviço que incluem malware”, explicou a propósito o investigador da Eset Jakub Kaloč. Entre as famílias de malware detetadas que usaram o AceCryptor, uma das mais prevalentes foi o RedLine Stealer – um malware disponível para compra em fóruns clandestinos e usado para roubar credenciais de cartão de crédito e outros dados confidenciais, fazer upload e download de ficheiros, e até mesmo roubar criptomoedas. O RedLine Stealer foi detetado pela primeira vez no início de 2022, e os seus distribuidores têm usado o AceCryptor desde então. Como o AceCryptor é usado por vários agentes maliciosos, o malware nele incluído é distribuído de várias maneiras. De acordo com a telemetria da Eset, os dispositivos foram expostos ao malware com AceCryptor principalmente através de instaladores fraudulentos de software pirata ou emails de spam com anexos maliciosos. Como muitos agentes maliciosos usam o AceCryptor, qualquer pessoa pode ser afetada. Devido à diversidade do malware incluído, é difícil estimar a gravidade das consequências para uma vítima comprometida. O AceCryptor pode ter sido implementado por outro malware, já em execução no sistema da vítima, ou, se a vítima foi diretamente afetada, por exemplo, pela abertura de um anexo de email malicioso. |