Threats
Os peritos em cibersegurança alertam que as cópias ilegais de videojogos estão a abrir passagem para hackers minarem o jogo e levarem os jogadores a pagar por ferramentas, em criptomoeda
03/07/2021
Malware infiltrado em versões vulneráveis de videojogos populares já vale dois milhões de dólares para os criminosos. Versões falsas de videojogos como o NBA 2K19, Grand Theft Auto V, Far Cry 5, The Sims 4 e o Jurassic World Evolution distribuídas gratuitamente em fóruns da Internet abriram passagem para o ciberataque. “Enquanto as pessoas continuarem a baixar software 'cracked', ataques como esse continuarão a ser lucrativos para os invasores”, alerta a Avast. Depois de tomar conhecimento que vários utilizadores estavam a receber alertas de que o software de segurança tinha desaparecido dos sistemas, a Avast chegou à conclusão de que os jogos contrafeitos desativam os antivírus, permitindo a fácil passagem de criminosos. Além disso, desativa ainda o Windows Update e começa a correr o software de cryptomining XMRig, com a moeda Monero. Depois de uma análise profunda às wallets do grupo criminoso, a Avast chegou à conclusão de que já foram gerados dois milhões de dólares em criptomoedas Monero desde 2018. Embora a XMRig seja uma plataforma legítima, os hackers têm vindo a modificá-la através de uma série de malware que secretamente a instala no computador dos utilizadores, incluindo em sistemas corporativos. O investigador da Avast Daniel Benes explica que o software XMRig utiliza recursos já existentes no sistema, diminui a performance do computador e gera pagamentos para que o computador aumente a capacidade. Crackonosh - derivado da expressão ‘cracked games’ - é o nome do malware presente nessas versões, que significa espírito da montanha na cultura popular da República Checa, que a Avast suspeita ser o país de origem do grupo de cibercriminosos. “O Crackonosh mostra os riscos do download de software falso e demonstra que é altamente lucrativo para os invasores”, assinalou Benes. Dos utilizadores de Avast, calcula-se que haja pelo menos 220 mil vítimas no total e oitocentas novas vítimas todos os dias, o que revela que o verdadeiro número deverá ser muito mais alto. Entre os países mais afetados estão as Filipinas, o Brasil e a Índia.
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