Threats
O Threat Report da Eset indica que foram detetadas mais de cem mil ciberameaças em Portugal nos últimos quatro meses de 2021, um aumento, diz a mesma empresa, de 17,5% em relação às deteções realizados nos quatro meses anteriores
15/02/2022
A Eset lançou o seu relatório do terceiro quadrimestre do ano, o Threat Report T3 2021, que reúne as principais estatísticas dos seus sistemas de deteção, destacando exemplos da sua investigação na área da cibersegurança e revelando informação exclusiva sobre ameaças atuais. Enquanto relatório de ameaças final do ano passado, que cobre o período correspondente aos meses de setembro a dezembro, o Threat Report T3 2021 inclui ainda comentários sobre tendências gerais observadas ao longo do ano, bem como previsões para 2022. Em Portugal, a Eset registou um crescimento nas deteções de ameaças de cibersegurança em relação aos quatro meses anteriores. Entre as mais de cem mil ameaças detetadas (um crescimento de 17,5% em comparação com T2 2021), registou-se a especial prevalência do exploit “Win/Exploit.CVE-2017-11882 trojan” (11% das ameaças detetadas), que se aproveitava de uma vulnerabilidade do Microsoft Equation Editor incluído habitualmente no MS Office, e do programa malicioso “HTML/Phishing.Agent trojan" (8%), que envolve uma tentativa de ataque de phishing, redirecionando o utilizador para uma página fraudulenta. Num panorama global, a mais recente edição do relatório da Eset revela os vetores de ataque externos mais frequentes, a razão por detrás do crescimento das ameaças ao email, e as mudanças na prevalência de certos tipos de ameaças devido às flutuações das taxas de câmbio de criptomoedas. Segundo as estatísticas da Eset para 2021, os vetores de ataque externos mais frequentes foram ataques baseados em adivinhação de palavras-passe e na vulnerabilidade ProxyLogon no Exchange Server (o servidor de correio eletrónico da Microsoft). Em agosto de 2021, uma vulnerabilidade “da família” desta vulnerabilidade, designada ProxyShell, foi também explorada por grupos maliciosos em todo o mundo para atacar servidores de Exchange. Já o ransomware superou as piores expectativas em 2021, com ataques contra infraestruturas críticas, pedidos de resgate ultrajantes e mais de cinco mil milhões de dólares de transações de bitcoin ligados a potenciais pagamentos de resgate identificados apenas na primeira metade de 2021. O relatório também realça as investigações em torno da muito divulgada vulnerabilidade Log4Shell. Esta falha crítica do utilitário Log4j surgiu em meados de dezembro e, refletindo a classificação máxima de dez em gravidade que recebeu do standard de avaliação de vulnerabilidades Common Vulnerability Scoring System (CVSS), chegou a liderar o top de ameaças em Portugal. “Apesar de apenas ser conhecido nas últimas três semanas do ano, os ataques Log4j foram o quinto vetor de intrusão externa mais comum em 2021 nas estatísticas da Eset, mostrando a rapidez com que os cibercriminosos tiram partido das novas vulnerabilidades críticas emergentes", explica Roman Kováč, chief research officer na Eset. De acordo com a telemetria da Eset, o fim do ano foi também turbulento para ataques do tipo Remote Desktop Protocol (RDP) a nível mundial. Os números das últimas semanas do último quadrimestre de 2021 bateram todos os recordes anteriores, o que representou um crescimento anual espantoso de 897% no total das tentativas de ataque bloqueadas (apesar do facto de 2021 não ter ficado marcado pelo “caos” de novos confinamentos estritos e transições precipitadas para o trabalho remoto). |