Cibercriminosos chineses comprometem telecomunicações dos EUA e dezenas de países, diz Casa Branca

A Casa Branca revelou que pelo menos oito empresas de telecomunicações nos Estados Unidos e dezenas de nações foram alvos de uma campanha de cibercriminosos atribuída à China, que comprometeu comunicações de altos funcionários governamentais e figuras políticas.

Anne Neuberger, vice-conselheira de segurança nacional dos EUA, destacou que o ataque deu às autoridades chinesas acesso a mensagens de texto e conversas telefónicas privadas, embora tenha frisado que não há indícios de que comunicações confidenciais tenham sido comprometidas.

O cibergrupo conhecido como Salt Typhoon explorou lacunas de cibersegurança para manter acesso prolongado às redes das empresas afetadas. No entanto, Anne Neuberger alerta que “existe o risco de comprometimentos contínuos nas comunicações” até que todas as falhas sejam resolvidas.

Nesse sentido, o governo norte-americano emitiu orientações técnicas para empresas de telecomunicações reforçarem medidas de proteção, como encriptação e monitorização constante.

A China negou as acusações, com a embaixada em Washington alegando que os EUA deveriam cessar os seus próprios ciberataques contra outros países e abster-se de culpar Pequim. Contudo, fontes norte-americanas confirmaram que os cibercriminosos visaram comunicações de figuras políticas, incluindo candidatos presidenciais de ciclos eleitorais recentes.

A escala do ataque continua a ser avaliada, mas acredita-se que o número de países afetados pelo ciberataque é considerável.

Especialistas compararam o caso ao ataque de ransomware contra a Colonial Pipeline em 2021, sublinhando a urgência de fortalecer práticas mínimas de cibersegurança em infraestruturas críticas. Anne Neuberger defendeu a aplicação de medidas semelhantes nos sectores de telecomunicações para evitar intrusões futuras.