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No atual ambiente digital, proteger o acesso à informação é vital. A Gestão de Identidade e Acesso (IAM) torna-se uma linha de defesa crítica, garantindo que apenas utilizadores autorizados têm acesso a dados confidenciais.
Por Pedro Marques, Network Security Consultant, CSO . 15/04/2025
Com o aumento dos ciberataques e a dispersão dos trabalhadores remotos, o IAM nunca foi tão importante, especialmente num ambiente onde a confiança é frequentemente testada. A evolução do IAM na Era da Inteligência ArtificialEm retrospetiva, o IAM baseava-se em políticas estáticas e autenticação através de palavras-passe. No entanto, com a introdução da Inteligência Artificial (IA) este campo tem-se vindo a revolucionar, permitindo uma abordagem mais dinâmica. A IA aumenta a eficácia da gestão de identidade, transformando-a num escudo adaptativo contra ciberameaças e proporcionando uma prontidão sem precedentes. Através da análise em tempo real do comportamento dos utilizadores, a IA pode identificar padrões e anomalias que podem indicar atividades suspeitas. Este nível de monitorização permite uma resposta rápida a incidentes de segurança, protegendo sistemas e minimizando riscos. Automatizar processos, como revogar o acesso após um funcionário sair da empresa, pode reduzir o erro humano e os respetivos custos associados. Desafios da implementação do IAM potenciado por IAApesar destas vantagens, a implementação de uma solução de IAM integrada com IA enfrenta vários desafios. As complexidades da integração de sistemas modernos em infraestruturas legadas podem ser caras e morosas. Além disso, encontrar um equilíbrio entre segurança e usabilidade é fundamental. O excesso de autenticação pode frustrar os utilizadores e prejudicar a experiência. A necessidade de lidar com ataques sofisticados, como o phishing direcionado, exige soluções que continuam a evoluir à medida que as ameaças se tornam mais sofisticadas. Nesse contexto, práticas como a arquitetura Zero Trust — que estabelece o princípio de "nunca confie, verifique sempre" — tornam-se cada vez mais importantes. Mesmo dentro de redes internas, a autenticação contínua de identidade é uma forma importante de proteger os ativos digitais de uma organização. Tendências futuras na IAMO futuro do IAM na era da IA também aponta para a identidade descentralizada, que utiliza blockchain para permitir que os utilizadores controlem os seus próprios dados. Este modelo não só reforça a segurança da informação como também promove a privacidade e a autonomia dos utilizadores, aspectos que se tornam essenciais num mundo digital em constante evolução. As organizações devem, não apenas adotar soluções de IAM potenciadas por IA, mas também integrá-las numa estratégia ética e sustentável. A governança e a transparência em torno do uso de dados são essenciais para garantir que as tecnologias emergentes beneficiem a segurança e a confiança. Ao abordar questões de privacidade e igualdade de acesso nos dados, as empresas poderão construir um sistema de IAM robusto que seja, em última análise, justo e responsável. ConclusãoA Gestão de Identidade e Acesso não é uma ferramenta técnica, mas uma estratégia crítica na luta contra as crescentes ciberameaças. À medida que os ataques cibernéticos se tornam mais sofisticados, o investimento em soluções robustas de IAM, apoiadas pela inteligência artificial, torna-se indispensável. Num mundo onde as identidades digitais representam o novo perímetro de segurança, é imperativo ter uma abordagem proativa na gestão da identidade, que, não sendo apenas uma necessidade estratégica, é também uma obrigação moral para qualquer organização que pretenda manter a confiança e salvaguardar a segurança dos seus ativos e a integridade dos seus utilizadores. O caminho para um futuro mais seguro passa pela transformação digital consciente e pela integração da IA no IAM, garantindo que este se adapta às crescentes necessidades e desafios da cibersegurança.
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