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Com a introdução da Inteligência Artificial (IA) na guerra cibernética, os ciberataques tornaram-se mais rápidos, automatizados, sofisticados e difíceis de detetar, tornando-se num grande desafio para as equipas de cibersegurança das organizações.
Por Pedro Silva, Senior Security Consultant, CSO . 03/04/2024
No início era relativamente fácil para os especialistas em cibersegurança identificarem um ataque de Engenharia Social através da escrita e do vocabulário contido em emails e SMS. Eram escritos com um texto rudimentar, geralmente feito por um tradutor. Comecemos pelo início, o ataque de Engenharia Social tem por base ganhar a confiança da vítima utilizando para isso as suas emoções e fraquezas. O esquema é feito de forma a tentar manipular e enganar a pessoa de forma a obter informações, recursos, acessos indevidos a locais/equipamentos. Geralmente as vítimas destes ataques estão mal preparadas para as novas tecnologias e desconhecem como funcionam os ciberataques, fraqueza essa aproveitada pelos atores maliciosos do sistema. No entanto, com o surgimento da IA até as pessoas mais “instruídas” tecnologicamente podem ser enganadas. Com a IA o que mudou? Tudo! A introdução da IA nos ciberataques com os seus algoritmos, capacidades de processamento e de analisar uma pegada digital a nível individual, na fluência da linguagem nativa de diversas geografias, na manipulação de imagens, voz e vídeos leva a que os ataques sejam mais complexos, mais difíceis de detetar e com custos mais baixos para os atores maliciosos do sistema executarem as suas campanhas e ataques cibernéticos. Na evolução dos ataques com a IA, os emails passaram a ser dirigidos a uma vítima e não a um grupo, com texto específico para a vítima, baseado nas informações e padrões de utilização obtidos pelo IA sobre a vítima, com logótipos e nomes familiares a quem é dirigido o ataque. Fundamentalmente a IA veio alterar o padrão normal de ataque, além de detetar, testar e identificar pontos de falha das técnicas de segurança existentes nas organizações e assim evitar a sua deteção durante o ataque cibernético. A IA veio tornar as organizações mais vulneráveis na guerra cibernética, por isso é fundamental que as organizações tenham do seu lado Parceiros de cibersegurança experientes e com know-how, virados para as necessidades de cada organização e que possam aconselhar acerca das melhores práticas de cibersegurança, além de terem capacidade para apresentar as melhores e mais recentes soluções do mercado nesta guerra contra os ciberataques. Então como se combate a IA associada aos ciberataques de Engenharia Social? Com a IA! Nos dias de hoje, quase todos os grandes fabricantes na área da cibersegurança usam IA nos seus equipamentos com funcionalidades para deteção, proteção e correção de comportamentos anómalos e padrões de ataque, mas é necessário que estas medidas estejam ativas e configuradas de acordo com o ambiente de cada cliente onde são implementados. Que medidas podemos usar para combater este novo tipo de ataques?
A IA pode ser bastante útil no processo defensivo das organizações, mas tem de haver rigor e consistência na aplicação das normas, regras e protocolos de segurança.
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