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Na vanguarda da revolução digital, a cibersegurança surge como um pilar essencial para a integridade e resiliência das infraestruturas, aplicações e sistemas tecnológicos.
Por Alexandre Ruas, Executive Director e David Grave, Security Director, Claranet Portugal . 23/07/2024
A aceleração digital, impulsionada pelo crescimento vertiginoso dos dados, pela emergência da computação quântica e expansão massiva de dispositivos conectados, a par da adoção generalizada de soluções Cloud, constituem as forças motrizes que moldam o panorama atual da Cibersegurança. Paralelamente, a Inteligência Artificial (IA) traz consigo desafios mais profundos, sobretudo no que diz respeito a dados pessoais e privacidade. A resposta das organizações portuguesasAinda que este ecossistema apresente riscos, do ponto de vista macroeconómico representa uma grande oportunidade. A nível nacional, observamos já esta consciencialização por parte das organizações: a Cibersegurança é vista como um investimento necessário. A preocupação crescente com a Cibersegurança é acompanhada pela evolução das ciberameaças – com aumento dos ataques de ransomware e phishing -, cada vez mais frequentes e sofisticadas. Os atacantes adotam técnicas baseadas em IA de modo a realizar ataques mais personalizados e difíceis de detetar. Em Portugal, registaram-se vários ataques de ransomware que impactaram severamente infraestruturas críticas, reiterando a necessidade de implementar estratégias de proteção eficazes e, essencialmente, proativas. Padrões e conformidade para uma postura de segurança robustaPara mitigar estas ciberameaças, as empresas têm recorrido a diversas abordagens. A conformidade com normas e regulamentos, como a Diretiva NIS 2 e o Digital Operational Resilience Act (DORA), estão a ser amplamente implementados, oferecendo uma estrutura clara para a gestão de riscos e a segurança dos sistemas de informação. Além disso, muitas organizações estão a alinhar as suas práticas com frameworks internacionais, como o NIST Cybersecurity Framework e a ISO 27001, que fornecem uma abordagem sistemática para identificar, proteger, detetar, responder e recuperar de ciberameaças. A sua implementação é muitas vezes realizada através de uma avaliação abrangente e multifacetada das capacidades de segurança da organização, garantindo uma visão holística do ambiente de risco. O fator humano continua também a ser uma das maiores vulnerabilidades atuais. É crucial o investimento em programas de formação contínua e sensibilização dos funcionários sobre as melhores práticas de segurança e o reconhecimento de ameaças em tempo real. Tecnologia e estratégias avançadas no combate às ameaças digitaisNo âmbito tecnológico, as empresas adotam soluções que permitem a implementação da estratégia de segurança zero trust. Estas soluções, alavancadas por IA e machine learning, proporcionam capacidades de deteção e resposta a incidentes em tempo real. Além disso, o uso de tecnologias de encriptação e autenticação multifator, tornou-se obrigatório para proteção de dados sensíveis. A colaboração e partilha de informação entre diferentes entidades, incluindo setor público e privado, também se tem mostrado eficaz na criação de uma defesa robusta. Neste sentido, e para manter a postura de segurança fortalecida, as organizações podem beneficiar significativamente de avaliações contínuas de risco, com a identificação de novas ameaças e vulnerabilidades. Paralelamente, o desenvolvimento de planos de resposta a incidentes bem definidos minimiza o impacto do ataque e acelera a recuperação. Implementar sistemas de monitorização contínua e análise de dados também é fundamental na deteção e resposta a potenciais incidentes. Visão estratégica e proatividade: preparar o futuro da cibersegurançaObservamos assim a necessidade contínua de monitorizar a evolução do panorama nacional de Cibersegurança. Apesar do avanço das ciberameaças, a resposta das organizações tem sido cada vez mais eficaz e coordenada, impulsionada pela adoção de normas e regulamentações internacionais. O investimento em tecnologia avançada e o foco em programas de consciencialização e formação são algumas ferramentas cruciais para adicionar ao leque de recursos contra ciberataques. Deitando o olhar ao estado da Nação, é absolutamente critico realizar um exercício de visão futura, explorando tendências e comportamentos e as formas como estes poderão moldar os desafios e soluções em Cibersegurança nos próximos anos, enquanto se projetam impactos na sociedade e na economia. Este exercício, mais do que uma previsão em si, é uma necessidade estratégica para antecipar potenciais riscos e preparar defesas mais eficazes. Adotar uma abordagem proativa e abrangente na avaliação das capacidades de segurança é o primeiro passo para alcançar essa resiliência e proteção contínuas.
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