Uma nova era

Recentemente, o primeiro-ministro da Noruega alertou, numa conferência, que um conflito entre a Rússia e o ‘velho continente’ não vai, necessariamente, começar nos moldes tradicionais que os livros de História nos habituaram.

O primeiro-ministro em questão, Jonas Gahr Støre, indicou que, na verdade, as democracias já estão a ser testadas, seja através de notícias falsas, teorias da conspiração ou mesmo ciberataques. O objetivo, diz, é “diluir as nossas democracias, diluir a verdade”.

Em 2023, num artigo de opinião, Vesku Turtia, da Armis, alertou que a ciberguerra “é uma batalha silenciosa” e, baseando-se em dados do “Global Cybersecurity Outlook 2023” do Fórum Económico Mundial, 45% dos decisores empresariais e um número semelhante (46%) dos executivos de cibersegurança acreditam que “é muito provável que ocorra um evento cibernético catastrófico nos próximos dois anos”.

Vesku Turtia refere que um estudo sobre o estado da ciberguerra revela que 78% dos portugueses inquiridos “consideraram provável que a sua organização invista mais do seu orçamento em cibersegurança”, o que são boas notícias, naturalmente. No entanto, “38% das empresas portuguesas ainda não estão a levar a ameaça da ciberguerra a sério e 37% dos profissionais acreditam que a sua empresa está pouco preparada para lidar com uma ameaça de ciberguerra”.

No início do conflito Ucrânia-Rússia, em 2022, George Beebe, que foi special advisor do vice-presidente Dick Cheney para os temas relacionados com a Rússia e Eurásia, explicou em entrevista à IT Security que o elemento cibernético “fará certamente” parte de uma eventual terceira guerra mundial.

O conselho de Beebe para as organizações é resiliência. “É preciso planear o fracasso. Planeie uma situação em que a sua rede seja invadida e desativada. O que é que faz? Qual é o seu plano de backup para isso? Tem mais do que um plano de backup?”, diz.