Opinion

Três recursos que os CIO podem utilizar para ajudar à resiliência dos dados

Num mundo cada vez mais digital, já não reside nos bens físicos de uma organização o seu principal valor; sem uma proteção de dados adequada, a maioria das organizações não pode prosperar, daí a necessidade crescente de uma verdadeira resiliência digital

Por Eulalia Flo, Diretora-Geral da Commvault para Portugal e Espanha . 07/10/2022

Três recursos que os CIO podem utilizar para ajudar à resiliência dos dados

Na economia digital, as organizações digitalizaram a maior parte dos seus processos empresariais e os dados são mais valiosos do que nunca. Esta abordagem não só impulsiona as operações, como também é uma fonte de informação importante para gerar conhecimentos e melhorar os resultados.

No entanto, à medida que os dados cresceram em importância, a sua pegada expandiu-se muito para além do data center. Esta expansão torna as organizações mais vulneráveis a todo o tipo de ameaças: desde desastres naturais, a erros humanos, passando por ciberataques com consequências potencialmente catastróficas. A indisponibilidade dos dados pode paralisar as operações e privar as organizações da sua normal atividade.

Em suma, o valor crescente dos dados, bem como a sua crescente vulnerabilidade, exige que as TI sejam mais resistentes do que nunca. E os CIO e outros líderes de TI precisam de aproveitar todos os recursos à sua disposição para assegurar o nível de resiliência que os processos empresariais exigem.

Recurso 1: Uma Cultura Consciente do Risco

Um recurso frequentemente negligenciado para a resiliência informática é a criação de uma cultura consciente do risco em toda a organização.

Em termos práticos, isto significa que a segurança não é apenas da responsabilidade do CIO ou da equipa de TI, é da responsabilidade de todos e cada um dos funcionários.  Não podemos evitar o risco, pelo que precisamos de promover a consciência e a compreensão das ameaças que enfrentamos, para que as possamos reconhecer e planear a nossa resposta.

Além disso, como todos lidam diariamente com ativos de negócio sensíveis (desde folhas de cálculo com dados de vendas, contratos de clientes ou planos estratégicos de marketing), é necessário prestar atenção à forma como estes ativos são protegidos. Alguém guarda ficheiros numa pasta que não tenha sido bloqueada? Alguém utiliza um serviço público para trocar ficheiros grandes sem considerar que a segurança é mínima?

Ao criar uma cultura consciente do risco, as organizações devem também considerar a implementação de tecnologias de ciber-decoy (ou ciber-engano, se preferirem) como parte de uma abordagem integrada da gestão do risco. Esta tecnologia emergiu como uma peça vital das estratégias de segurança cibernética multicamada, oferecendo ferramentas sofisticadas que detetam e desviam os ataques antes que estes causem danos. Apanhar os "maus da fita" cedo dá aos bons mais hipóteses de vencerem.

Recurso 2: Consolidação e automatização

Outro recurso chave que os CIO podem aproveitar para proporcionar resiliência tecnológica é a consolidação e automatização. Trata-se de reduzir a complexidade da pilha tecnológica global. Quanto mais elementos tiver, maior será a superfície de ataque e as vulnerabilidades.

Passar às aplicações SaaS é uma boa forma de ajudar a atingir este objetivo, mantendo ao mesmo tempo a resiliência das TI. Através do modelo de responsabilidade partilhada, os fornecedores cloud oferecem infraestruturas e segurança lógica e controlos de acesso à plataforma, mas a responsabilidade pelo acesso e controlo dos dados permanece com o utilizador.

Com estas opções em mente, um bom primeiro passo para a consolidação e automatização é analisar um determinado fluxo de trabalho (por exemplo, serviço ao cliente) e examinar os processos e infraestruturas que o suportam. Desenhando-o em papel e mapeando a arquitetura, pode-se determinar se é possível identificar o número de sistemas, integrações e pontos de contacto, e ver o que é SaaS e o que não é. Compreender o nível de complexidade dos fluxos de trabalho críticos ajudará a priorizar quais os que devem ser consolidados primeiro.

Embora a consolidação seja uma medida importante da resiliência das TI, a automação é também fundamental, uma vez que os processos manuais proporcionam mais oportunidades para as pessoas cometerem erros, e esses erros são portas de entrada para os hackers.

Por exemplo: Uma supervisão inocente (como um administrador do servidor que se esquece de marcar a caixa para uma configuração de segurança ao implementar uma nova instância de um serviço) pode criar uma porta de entrada que pode ser facilmente explorada. A automatização desse processo não só torna o processo mais repetível e escalável, como também ajuda a eliminar erros humanos, removendo o tipo de falhas de segurança acidentais que podem comprometer a resiliência das TI.

Recurso N.º 3: BC/DR completo

Um último recurso que não deve ser ignorado é um plano abrangente de continuidade de negócio/recuperação de desastres (BC/DR). Não importa quão segura e bem preparada esteja uma organização, ninguém é invulnerável, e é necessário preparar-se para o momento em que algo de mau aconteça.

Isto exige que os CIO pensem não só na tecnologia, mas também nos processos empresariais que esta suporta. O DR é a peça tecnológica da equação: ocorreu algum tipo de desastre e perdeu o seu sistema e os seus dados - como é que o volta a colocar em funcionamento o mais rapidamente possível? 
O BC, por outro lado, é a parte do processo da equação. Se perder o acesso às ferramentas ou às pessoas que executam os processos, pode garantir que os processos continuarão a funcionar? 

Antes da pandemia, os CIO não enfrentavam tanto este tipo de questões. O papel tradicional do CIO foi mais centrado no DR porque está mais diretamente relacionado com a pilha de tecnologia. A pandemia veio mudar o papel do CIO no sentido de que tem agora de fazer parte da conversa sobre a continuidade do negócio e como manter os processos em movimento mesmo que a tecnologia falhe.

Não faltam desafios às empresas e aos seus dados, mas os recursos certos, devidamente aproveitados, podem proporcionar a resiliência tecnológica de que necessitam para proteger os seus dados e mitigar o impacto de um ciberataque ou outro desastre.


RECOMENDADO PELOS LEITORES

REVISTA DIGITAL

IT SECURITY Nº20 Outubro 2024

IT SECURITY Nº20 Outubro 2024

NEWSLETTER

Receba todas as novidades na sua caixa de correio!

O nosso website usa cookies para garantir uma melhor experiência de utilização.