Opinion
É verdade que o tempo de sensibilizar as pessoas para os temas relacionados para a cibersegurança já devia ter passado. Por esta altura, quando já passaram mais de 20 anos desde que a Internet é comummente utilizada, devia ser natural para qualquer utilizador de tecnologias conectadas que ter algum tipo de cuidado é uma necessidade
Por Rui Damião . 29/05/2023
No entanto, e como todos sabemos, não é isso que acontece. A falta de noção de risco quando se navega num qualquer site e onde se colocam palavras-passe simples – veja-se a lista de passwords mais utilizadas – coloca em risco a vida digital de qualquer cidadão e, por consequência, a vida de qualquer organização. Também já sabemos que as organizações colocam ferramentas e ferramentas que diminuem o risco de sofrerem um ciberataque, mas, muitas vezes, basta roubar uma credencial para se fazer estragos consideráveis. Tendo em conta que a larga maioria das empresas portuguesas são de pequena dimensão, o orçamento disponível para cibersegurança não é grande – em muitos casos completamente inexistente. Ter as noções básicas de cibersegurança, aquilo a que se chama de ciberhigiene, é uma necessidade premente para uma sociedade que se quer mais digital. Repito que o tempo de sensibilizar as pessoas para a cibersegurança já devia ter passado, mas não pode passar; tem de continuar enquanto uma grande parte da população não tem essas noções básicas. Durante o mês de maio, o CNCS e a Secretaria de Estado da Digitalização e Modernização Administrativa lançaram uma campanha nacional – que se irá estender por, pelo menos, três meses – e em massa para promover um conjunto de boas práticas de cibersegurança em diferentes áreas. Será suficiente? Infelizmente, não. No entanto, para muitos, poderá ser a primeira vez que os leva a rever a forma como estão no ciberespaço ou a ter mais atenção a simples emails de phishing. |