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Opinion

Continuidade do Negócio e Disaster Recovery na Era Digital

Vivemos numa era digital em que a dependência das tecnologias de informação nunca foi tão acentuada. Para as organizações, qualquer interrupção nos sistemas pode traduzir-se em perdas financeiras significativas, impacto na reputação e até mesmo na sua capacidade de operação. Neste contexto, a continuidade do negócio e as soluções de disaster recovery assumem um papel crítico na proteção das empresas contra ameaças imprevistas, desde ciberataques a falhas de hardware, desastres naturais, erros humanos e mesmo interrupções elétricas

Por Ricardo Oliveira, CSO da Eurotux . 08/04/2025

Continuidade do Negócio e Disaster Recovery na Era Digital

O risco de inatividade é um fator que deve ser abordado com prioridade. Estudos indicam que cada hora de downtime pode custar milhares ou até milhões de euros, dependendo do setor de atividade e da dimensão da empresa. Além disso, o impacto na confiança dos clientes pode ser irreparável, levando a perdas de contratos e à deterioração da imagem da empresa no mercado.

Os ciberataques são uma das principais preocupações das empresas modernas. O número de incidentes cresce exponencialmente, com métodos cada vez mais sofisticados e direcionados. Um ataque de ransomware, por exemplo, pode tornar inacessíveis dados essenciais para a empresa, comprometendo a capacidade de prossecução da sua atividade e, em consequência, colocando em risco a sua viabilidade económica. Por outro lado, as falhas internas, derivadas por exemplo, da falta de manutenção adequada de servidores e infraestruturas, podem ser também um fator de risco.

Em suma, garantir a continuidade de negócio passa não apenas pela prevenção contra ameaças externas, mas também pela manutenção eficiente dos recursos internos.

A importância do Business Continuity

A continuidade do negócio é um conjunto de estratégias, processos e tecnologias concebidas para garantir que uma organização pode manter as suas operações essenciais em caso de incidente. Por outras palavras, garantir a continuidade do negócio implica a identificação de riscos, a definição de planos de resposta e a implementação de soluções que minimizem o tempo de paragem.

Uma estratégia eficaz de continuidade de negócio deve iniciar com uma avaliação detalhada dos riscos e impactos no negócio, permitindo identificar pontos fracos e prioritizar medidas de prevenção. A definição de planos de resposta e recuperação bem estruturados é essencial para garantir uma atuação eficaz em situações de crise, reduzindo a margem de erro e otimizando a utilização de recursos.

Testes e simulações regulares são fundamentais para assegurar que os planos de recuperação são realmente eficazes. Muitas organizações falham não por falta de planeamento, mas por ausência de testes práticos que validem as estratégias delineadas. Implementar soluções de backup robustas e seguras é igualmente essencial, garantindo que os dados críticos possam ser restaurados rapidamente em caso de necessidade.

A monitorização contínua dos sistemas é outro elemento-chave, pois permite a deteção precoce de potenciais falhas antes que estas se tornem problemas graves. A utilização de inteligência artificial e machine learning pode ser uma mais-valia neste contexto, possibilitando a identificação de padrões e anomalias capazes de se tornarem ameaças efetivas.

Disaster Recovery: a chave para a recuperação rápida

Uma solução de disaster recovery eficaz deve garantir que os objetivos da recuperação estão alinhados com as necessidades do negócio, minimizando impactos adversos.

Entre os principais fatores a considerar na elaboração de um plano de disaster recovery, está a definição do RPO (Recovery Point Objective) e do e o RTO (Recovery Time Objective). O RPO determina a quantidade máxima de dados que se pode perder sem afetar significativamente a operação. O RTO define o tempo máximo aceitável para restaurar as operações. A infraestrutura de redundância é determinante para definir estes valores e para permitir que eles são executados como planeado em caso de necessidade.

Além das tradicionais soluções on-premises, as soluções em cloud são uma excelente alternativa para disaster recovery, permitindo escalabilidade, flexibilidade e recuperação remota em qualquer localização. O modelo DRaaS (Disaster Recovery as a Service) tem vindo a ganhar popularidade, pois oferece uma abordagem simplificada e altamente eficiente, reduzindo custos e aumentando a resiliência empresarial.

A segurança da informação também deve ser uma prioridade nos planos de disaster recovery. Garantir que os backups são armazenados de forma segura, protegidos contra acessos não autorizados e que cumprem com as normativas de proteção de dados, como o RGPD, é fundamental para evitar violações de privacidade e penalizações legais.

Investir na Continuidade do Negócio e em Disaster Recovery não é apenas uma questão de segurança, mas uma estratégia essencial para a resiliência e o crescimento sustentável das organizações na era digital. As empresas que não adotem estas práticas correm o risco de enfrentar sérias dificuldades em momentos de crise, colocando em risco a sua sobrevivência a longo prazo.


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