Opinion
As empresas de todos os setores estão agora a explorar o potencial da Inteligência Artificial (IA) generativa para simplificar as operações, personalizar as experiências dos clientes e desbloquear um futuro repleto de inovação. Contudo, e infelizmente, os hackers estão a fazer o mesmo
Por Solange Sobral, Partner & EVP da CI&T . 19/07/2024
A rápida evolução da IA generativa pode ser uma faca de dois gumes: embora ofereça muitas oportunidades às empresas, também equipa os cibercriminosos com ferramentas e truques novos e poderosos. De facto, já é notório que os hackers estão a utilizar cada vez mais a IA para automatizar ataques, personalizar campanhas de phishing com um elevado nível de precisão e explorar vulnerabilidades a um ritmo sem precedentes. Por exemplo, os algoritmos sofisticados de IA são capazes de criar campanhas de phishing quase indistinguíveis das comunicações legítimas, o que é tanto mais preocupante se tivermos em conta que, segundo um estudo recente da Microsoft, o phishing foi indicado como a principal ciberameaça para as organizações por 70% dos inquiridos portugueses. Para além disso, muitos colaboradores aceitam os termos e condições de plataformas que utilizam para trabalhar sem qualquer escrutínio, arriscando a segurança do acesso aos dados. As violações de dados e a falta de dados devido a preocupações com a privacidade podem não apenas limitar as ferramentas de segurança tradicionais, como também vir a ser extremamente dispendiosas para as organizações. No ano passado, o custo médio global de uma violação de dados rondou os 4.2 milhões de euros, um aumento de 15% em comparação com o que a IBM apurara em 2021. A cibersegurança inclui diferentes componentes, todas suscetíveis de melhorias com recurso à IA generativa, incluindo:
Criar uma estratégia de segurança alimentada pela IA: uma abordagem proativaEis alguns passos iniciais que deve considerar ao integrar a IA generativa na sua estratégia de cibersegurança:
Em suma, a IA generativa é uma ferramenta poderosa, mas não uma solução autónoma. Uma abordagem de segurança em camadas, que combine conhecimentos humanos, protocolos de segurança robustos e ferramentas de IA generativa, vai proporcionar uma defesa mais abrangente contra a evolução das ciberameaças. À medida que os cibercriminosos continuam a inovar, nós também temos de o fazer. Assim, adotar a IA generativa nas nossas estratégias de cibersegurança já não é apenas uma escolha – é um imperativo para salvaguardar o nosso futuro digital. |