Os próximos anos, incluindo já 2024, prometem desafios consideráveis e grandes exigências às Organizações, nomeadamente, como vão gerir o quotidiano das mudanças provocadas pelos novos regulamentos, e liderar os seus impactos no negócio
Implica, por outro lado, desde já projetar como as Organizações irão adaptar-se e, sobretudo, se vão olhar para estes desafios numa perspetiva defensiva – um obstáculo e resistência à mudança – ou como uma oportunidade de se tornarem organizações mais capazes e resilientes, ganhando vantagem competitiva. Em síntese, já estamos num novo ciclo de mudança, pelo que as estratégias future-fit devem ter uma visão integrada do cenário competitivo e atuar desde já. Mas será que as Organizações estão preparadas para transformarem o novo quadro regulamentar em valor? E será que as lideranças têm a perspetiva das oportunidades estratégicas implícitas nesta mudança? ContextoNas últimas duas décadas, com aumento do ambiente conflitual competitivo, a que se juntou o ambiente estratégico, o Ciberespaço emergiu com um novo teatro de operações com dimensão e impacto a nível estratégico, fazendo com que a Cibersegurança esteja a transformar-se como um “novo normal”, incontornável na sociedade dos nossos dias e mais central no futuro próximo. Isto acontece à medida que aumenta o valor económico e estratégico da informação, fazendo com que seja crítico existir rapidamente um ambiente estável, seguro e de qualidade para a gestão da informação nas organizações. O Digital e a AI Generativa são duas realidades que estão cada vez mais presentes no quotidiano das pessoas e das organizações, colocando desafios, como a Segurança Digital, a Governance, a Gestão do Risco e o Compliance, entre outros. Na União Europeia estes temas são considerados prioritários e críticos, estando na agenda dos Estados-membros e das Organizações. E já em 2024 trazem desafios de considerável exigência, num contexto em que as tendências apontam para uma agudização do cenário adverso no ciberespaço, com mais e maiores riscos e ameaças, mais frequentes, poderosas e complexas, focadas nas tecnologias e nas pessoas, colocando progressivamente em risco a proteção dos ativos informacionais, estratégicos e operacionais. Novo quadro regulamentarO novo quadro regulamentar nesta área, onde se destaca a NIS2, DORA e AI, é um impulsionador de transformação de práticas, de novos processos e novas competências. Mas quais são os desafios operacionais e estratégicos do novo quadro regulamentar? Um conjunto três regulamentos da União Europeia que vão obrigar o Estado e as Organizações (públicas e não públicas) a: 1º analisar e compreender regulamentos; 2º aplicar e cumprir regulamentos. E, sobretudo, deverão ver para além da linha do horizonte e iniciar o (re)desenho dos modelos de negócio, bem como posicionar-se perante o futuro da Cibersegurança e da Inteligência Artificial. A saber:
Neste contexto de elevada pressão, o quadro regulamentar em evolução coloca um conjunto desafios estratégicos e operacionais às organizações, entre outros, que importa acompanhar e agir. A saber:
E podemos antecipar as seguintes implicações operacionais na dinâmica das Organizações, uma vez que será exigido:
Estas implicações, relacionadas com a imparável Transformação Digital resultam em algo decisivo: ou as organizações transformam-se e adaptam-se ou não irão sobreviver; essa transformação decorre no ambiente digital, que é o motor de desenvolvimento económico e societal. Concluindo: quem não tiver a capacidade para se organizar neste novo ciclo de mudança será irrelevante no jogo competitivo. Alguns subsídios estratégicosA dimensão e o alcance da legislação comunitária, conjugada com a proximidade direta e indireta entre Diretivas e Regulamentos, exige uma visão de conjunto – estratégica e operativa, o que significa identificar convergências, compromissos e sinergias, o que implica, nomeadamente:
Notas finaisEstes diplomas poderão ser insuficientes, mas nunca devemos perder o foco: são necessários e indispensáveis e não podemos deixar este assunto a um grupo profissional isolado na sua bolha, por muito competente que seja. Porquê? Por que estamos a falar de algo de natureza EXISTENCIAL… o Ser Humano. Neste quadro desafiante, é com enorme satisfação que a CIIWA anuncia um seminário aberto, a realizar em abril próximo, sobre este novo quadro regulamentar: NIS2, DORA e AI. |
Bruno Marques e Idalécio Lourenço
Vice-Presidente e Analista e Consultor
CIIWA
Bruno Marques é Cconsultor, Professor Convidado da Academia Militar, Investigador Universitário, Especialista em Cibersegurança, C-CISO, Vice-Presidente da CIIWA. Idalécio Lourenço é Analista e Consultor, Membro da Direção da CIIWA, Ex-Vogal Executivo do CA do CHOeste, Pós-Graduado em Intelligence e MArketing, Curso de Cibersegurança (IDN)
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