Compliance
A Autoridade Europeia para a Proteção de Dados indica que o reconhecimento facial devia ser banido na Europa por ser uma "profunda intrusão não democrática" nas vida privada dos cidadãos
26/04/2021
Segundo a Autoridade Europeia para a Proteção de Dados (EDPS, na sigla em inglês), o reconhecimento facial devia ser proibido na Europa por causa da sua "intrusão profunda e não democrática" na vida privada das pessoas. Os comentários foram feitos dias depois de a Comissão Europeia ter proposto um projeto de regras que permite a utilização do reconhecimento facial para procurar crianças desaparecidas ou criminosos e em casos de ataques terroristas. O projeto de regras, que terá de ser discutido com os países da UE e o Parlamento Europeu, é uma tentativa da Comissão de definir regras globais para a inteligência artificial, uma tecnologia dominada pela China e pelos Estados Unidos. O órgão de vigilância da privacidade lamenta que a Comissão não tenha atendido o seu apelo anterior de proibir o reconhecimento facial em espaços públicos. "Uma abordagem mais rígida é necessária, dado que a identificação biométrica remota, onde a IA pode contribuir para desenvolvimentos sem precedentes, apresenta riscos extremamente elevados de intrusão profunda e não democrática nas vidas privadas dos indivíduos", indica a autoridade em comunicado. "A EDPS irá centrar-se em particular no estabelecimento de limites precisos para os instrumentos e sistemas que podem representar riscos para os direitos fundamentais à protecção de dados e à privacidade", acrescenta a Autoridade Europeia para a Proteção de Dados. As propostas da Comissão geraram críticas de grupos de direitos civis, preocupados com as brechas que podem permitir que governos autoritários abusem da IA para reprimir os direitos das pessoas. |