Analysis
Segundo dados recolhidos e partilhados pela Check Point, o Qbot, o AgentTesla e o Vidar foram as principais famílias de malware a atacar organizações em Portugal
14/02/2023
A Check Point Research (CPR) publicou o seu mais recente Índice Global de Ameaças referente a janeiro de 2023 com base em dados recolhidos pela própria empresa de cibersegurança. O Índice de Impacto Global de Ameaças da Check Point e o seu Mapa ThreatCloud é alimentado pela inteligência ThreatCloud da Check Point. ThreatCloud fornece inteligência de ameaça em tempo real derivada de centenas de milhões de sensores em todo o mundo, através de redes, endpoints e telemóveis. Em comparação com a estatística mundial, Portugal sofreu ataques de dois dos três principais malwares a nível mundial, o Qbot e o Agent Tesla. A nível mundial, no mês passado, o infostealer Vidar regressou à lista dos dez principais malwares após um aumento dos casos de brandjacking e o lançamento de uma grande campanha de phishing por malware njRAT no Médio Oriente e Norte de África. Em janeiro, o infostealer Vidar espalhou-se através de domínios falsos alegando estar associado à empresa de software de ambiente de trabalho remoto AnyDesk. O malware usou o URL jacking para várias aplicações populares para redirecionar as pessoas para um único endereço IP, alegando ser o website oficial da AnyDesk. Uma vez descarregado, o malware mascarou-se como um instalador legítimo para roubar informações sensíveis, tais como credenciais de login, palavras-passe, dados de carteira de moeda criptográfica e detalhes bancários. Os investigadores também identificaram uma grande campanha apelidada de Earth Bogle entregando o malware njRAT a alvos em todo o Médio Oriente e Norte de África. Os atacantes utilizaram e-mails de phishing contendo temas geopolíticos, aliciando os utilizadores a abrir anexos maliciosos. Uma vez descarregado e aberto, o Trojan pode infetar dispositivos, permitindo aos atacantes conduzir inúmeras atividades intrusivas para roubar informação sensível. O njRAT voltou ao número dez na lista de principais malware utilizados no mês, tendo saído em setembro de 2022. “Mais uma vez, vemos grupos de malware a utilizar marcas de confiança para espalhar vírus, com o objetivo de roubar informação pessoal identificável. Nunca é demais sublinhar como é importante que as pessoas prestem atenção aos links em que estão a clicar para garantir que são URL legítimos. Cuidado com o cadeado de segurança, que indica um certificado SSL atualizado, e atenção a quaisquer erros de digitação ocultos que possam sugerir que o website é malicioso”, afirma, em comunicado, Maya Horowitz, VP Research na Check Point Software. A CPR também revelou que o "Web Server Exposed Git Repository Information Disclosure" continuou a ser a vulnerabilidade mais explorada no mês passado, com impacto em 46% das organizações a nível mundial, seguido de "HTTP Headers Remote Code Execution", com 42% das organizações a nível mundial. O "MVPower DVR Remote Code Execution" ficou em terceiro lugar, com um impacto global de 39%. Principais famílias de malware a nível mundialQbot e Lokibot foram o malware mais prevalecente no mês passado, com um impacto de mais de 6% em organizações mundiais, respetivamente, seguido por AgentTesla com um impacto global de 5%.
Principais famílias de malware em PortugalPortugal segue a tendência mundial com o Qbot, que foi o malware mais difundido este mês, com 8,61% de instituições e empresas afetadas, seguido pelo AgentTesla e do Vidar com 7,19% e 6,13% respetivamente.
Principais indústrias atacadas a nível mundial
Principais indústrias atacadas em Portugal
Principais vulnerabilidades exploradasEm janeiro de 2023, “Web Server Exposed Git Repository Information Disclosure” foi a vulnerabilidade mais explorada, com impacto em 46% das organizações a nível mundial, seguida de “HTTP Headers Remote Code Execution”, com 42% das organizações a nível mundial. O “MVPower DVR Remote Code Execution” ficou em terceiro lugar, com um impacto global de 39%.
Principais malwares para dispositivos móveisNo mês passado, Anubis continuou a ser o malware mobile mais prevalecente, seguido por Hiddad e AhMyth.
|