Quase metade das palavras-passe no sul da Europa são reutilizadas noutros serviços

A Dashlane lançou o seu mais recente “Global Password Health Score Report” onde, pelo terceiro ano consecutivo, a tecnológica faz um retrato dos hábitos de cibersegurança por todo o mundo, com base nos dados anónimos e agregados de milhões de utilizadores. Este ano, a Dashlane decidiu ainda analisar as práticas de cibersegurança no contexto empresarial, considerando mais de 23 mil empresas.

No geral, verifica-se uma melhoria consistente no que diz respeito às pontuações de segurança desde 2022, o ano de lançamento do relatório. A empresa lembra, no entanto, que a reutilização de passwords (que se mantém entre os 40% e os 50% em todas as regiões do mundo), assim como outras práticas inadequadas, continuam predominantes. Aliás, apesar da melhoria global das pontuações entre 2% a 4% no último ano, todas as regiões continuam a encaixar na categoria “precisa de melhorar”, correspondente a pontuações entre os 60 e os 90.

O sul da Europa, região onde se insere Portugal, aumentou mais de 2% na sua pontuação de segurança em relação ao ano passado (e mais de 5% em comparação com 2022), situando-se agora nos 75.2. Apesar das melhorias, e entre um total de 14 regiões, mantém-se, este ano, nos últimos lugares da tabela, sendo apenas ultrapassada pelas pontuações, ainda mais baixas, do sul da Ásia (75.1), da Ásia Oriental (74.9) e da América do Norte (72.6). A América do Norte continua, aliás, a levar a medalha de mau comportamento, tendo consistentemente, ao longo dos últimos três anos, a pontuação de segurança mais baixa a nível global. No campo oposto da tabela, a partilhar, mais uma vez, o pódio da maior pontuação de segurança, encontram-se a Europa Oriental (79.8), o Norte da Europa (77.9) e a Europa Ocidental (77.2).

No que diz respeito à percentagem de passwords reutilizadas, o sul da Europa apresenta agora 49% (face aos 53% do ano passado) e a percentagem de passwords comprometidas está agora nos 12% (face aos 14% do ano passado). Segundo a Dashlane, a alta percentagem de passwords reutilizadas continua a colocar os utilizadores em risco, tendo em conta que as credenciais de acesso continuam a ser a principal causa de violações de segurança e que reutilizar passwords pode causar um efeito dominó se uma única se revelar fraca ou comprometida.

“Boas práticas no que diz respeito às passwords são uma parte essencial na proteção dos utilizadores contra ameaças baseadas em credenciais, assim como na proteção das empresas contra violações. As melhorias contínuas que temos verificado são um grande passo na direção certa, mas ainda há muito espaço para educar e encorajar os utilizadores a atualizarem as suas passwords, à medida que trabalhamos simultaneamente na transição para um futuro mais seguro e passwordless”, realça John Bennett, CEO da Dashlane, em comunicado.

A apresentação de dados organizacionais é a grande novidade do Global Password Health Score Report deste ano, com a Dashlane a revelar que maior dimensão não implica necessariamente melhores hábitos no que à cibersegurança diz respeito. De facto, são as empresas de grande dimensão que apresentam a maior percentagem de passwords reutilizadas (51,7%), comparando com as empresas de média dimensão (43,9%) e as pequenas empresas (41,8%).

Já no que diz respeito a passwords comprometidas, as pequenas empresas são as que apresentam a maior percentagem (3,4%), sendo imediatamente seguidas pelas empresas de grande dimensão (2,9%). As empresas de média dimensão apresentam 1,9% de passwords comprometidas. Ainda de acordo com o relatório deste ano, as pequenas empresas apresentam o maior número médio de credenciais por utilizador (122), seguindo-se as médias empresas (76) e as empresas de grande dimensão (52).