Analysis
A nível global, a cibersegurança também surge como a área de recrutamento mais prioritária para 34% dos empregadores (39%, no caso dos empregadores em Portugal)
22/06/2023
Os esforços de transformação digital e a maior automatização de empresas e modelos de negócio continua a impactar as necessidades de talento, reforçando a cada vez maior urgência das empresas, nomeadamente as tecnológicas, em recrutar perfis específicos e especializados, que permitam a ágil resposta às mudanças e inovações do mercado. No topo destas necessidades de talento tecnológico está a procura por profissionais para a área de cibersegurança, identificada por 39% dos empregadores nacionais. De seguida, surge a área do suporte técnico, opção de 38% das empresas, e a gestão de bases de dados, escolhida por 32% dos inquiridos. Do top cinco de áreas tecnológicas com previsões de contratação mais acentuadas faz ainda parte a área de desenvolvimento de aplicações, apontada por 27% dos empregadores, e, por fim, o ramo da experiência ao cliente e utilizador, prioridade para 25% das empresas inquiridas. A nível global, a cibersegurança também surge como a área de recrutamento mais prioritária para 34% dos empregadores, seguida do suporte técnico, mencionado por 32%, e pela área da experiência ao cliente e utilizador, em que 31% das empresas globais procuram profissionais. Os dados são avançados pelo “Experis Tech Talent Outlook” do ManpowerGroup, no qual está ainda patente a discrepância persistente entre as necessidades do mercado e os especialistas em tecnologia disponíveis para preencher as posições em aberto. Atualmente, 87% das organizações de TI portuguesas relatam dificuldades em recrutar, sendo por essa razão relevante o mapeamento das principais abordagens de resposta a este desafio. Este valor posiciona as dificuldades do setor tecnológico nacional acima do que é observado a nível global, onde as empresas tecnológicas assumem uma escassez de talento de 78%. De acordo com Pedro Amorim, Managing Director da Experis, “os empregadores continuam com elevadas necessidades de contratação de perfis tecnológicos e a atual conjuntura, impulsionada pelos esforços de inovação e aceleração da transformação digital, está a colocar uma maior pressão sobre a oferta existente, que é escassa em recursos técnicos e especializados. Neste contexto, as empresas necessitam adotar novas abordagens e apostar claramente na construção de talento, mediante estratégias de reskill e upskill, por forma a poderem ampliar as bases de competências capazes de alavancar os seus planos de crescimento futuro.” A segurança dos dados e sistemas é cada vez mais um elemento fundamental para a salvaguarda e desenvolvimento da atividade das empresas, em particular em setores como o IT, a saúde e ciências da vida, as finanças e imobiliário ou a indústria pesada e materiais. Estes quatro setores têm como principal necessidade de recrutamento tecnológico os profissionais de cibersegurança. No setor do IT em particular, 52% dos empregadores refere a área de cibersegurança como uma das áreas prioritárias de contratação, seguindo-se a necessidade de competências em AI e machine learning, com 34%, e o suporte técnico, com 31%. No setor da Indústria Pesada e Materiais, 41% das empresas assume igualmente ter uma maior necessidade de competências de cibersegurança, seguindo-se 36% que coloca o foco no recrutamento de talento da área do suporte técnico e 29% que referem a área da gestão de bases de dados como a sua prioridade de contratação. No setor da saúde e ciências da vida, 40% dos empregadores aponta igualmente a necessidade por profissionais de cibersegurança, seguindo-se 38% que coloca o recrutamento de talento para o suporte técnico como prioritária. Também a área de desenvolvimento de aplicações é vista como fulcral para 36% dos empregadores do setor. No ramo de finanças e imobiliário, para além da necessidade por talento especializado em cibersegurança, referida por 39% dos empregadores, são igualmente prioritárias as áreas da experiência ao cliente e utilizador e de automação de processos no local de trabalho, ambas identificadas por 36% destas empresas. No setor da energia e utilities, as empresas desenvolvem maiores esforços na promoção das suas relações comerciais, sendo o talento para a área de Sistemas de Gestão da Relação com o Cliente identificado como principal prioridade por 38% dos empregadores. As áreas de suporte técnico são o principal foco das contratações para 42% das empresas do setor de bens e serviços de consumo e 51% dos empregadores do setor de transportes, logística e automoção. Por fim, as empresas da área de serviços de comunicação apontam o ramo da gestão de bases de dados, como área prioritária de contratação, sendo referida por 37% dos inquiridos. No topo das estratégias das empresas que se assumem como soluções para a atual necessidade de competências tecnológicas, surge a formação e o upskill dos seus profissionais, bem como a aposta no recrutamento de novos colaboradores com as competências em falta, ambas opções escolhidas por 51% dos empregadores nacionais. Seguidamente, surge o maior investimento em automação e o esforço na requalificação de trabalhadores, para que possam ser transferidos para funções de TI, estratégias apontadas por 50% das empresas nacionais. Por fim, 46% dos empregadores do setor afirma recorrer à contratação de profissionais freelancers e externos como a resposta que lhes permite para enfrentar os desafios e oportunidades tecnológicos e garantir a continuidade dos negócios. A nível global, o top de estratégias está também alinhado com o nacional, com 50% dos empregadores a referirem a formação e a aposta no upskill dos seus profissionais como opção, seguindo-se de 46% que referem o recrutamento de novos profissionais com as competências em falta. Como terceira solução, surge o maior investimento em automação, referida por 39% das empresas globais.
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