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Gerir o risco (que está sempre à espreita)

Qualquer organização está sempre exposta ao risco e gerir o mesmo da melhor maneira é imperativo para a saúde da organização

Por Rui Damião . 06/12/2023

Gerir o risco (que está sempre à espreita)

O ambiente de negócio é cada vez mais dinâmico. As organizações têm de lidar com novas ferramentas, novas oportunidades e, também, novos riscos que vão aparecendo à medida que o negócio evolui.

Gerir o risco é, assim, imperativo para as organizações que pretendem avançar o seu negócio com as menores preocupações possíveis. Uma abordagem integrada da gestão de riscos traz vários benefícios para as organizações, mas, também, desafios que os líderes têm de enfrentar.

Benefícios

 

“Estes utilizadores precisam de soluções que integrem o poder da Inteligência Artificial (IA) e soluções baseadas nas melhores práticas da gestão de risco integrada: flexíveis na adaptação às mudanças regulatórias, mas simples o suficiente para utilizadores funcionais sem grande esforço de formação”


Duarte Caldas, Data & AI Partner Technical Specialista da IBM Portugal

Duarte Caldas, Data & AI Partner Technical Specialista da IBM Portugal, refere que, cada vez mais, “as empresas precisam de ter a capacidade de reconhecer e gerir quer riscos, quer desafios de conformidade”. Com o “aumento dramático de utilizadores ativos” que as empresas estão a testemunhar, as organizações estão a utilizar “ferramentas com recursos inconsistentes”. Diz Duarte Caldas que “estes utilizadores precisam de soluções que integrem o poder da Inteligência Artificial (IA) e soluções baseadas nas melhores práticas da gestão de risco integrada: flexíveis na adaptação às mudanças regulatórias, mas simples o suficiente para utilizadores funcionais sem grande esforço de formação”.

Uma abordagem integrada à gestão de riscos ajuda, assim, as organizações “a simplificar processos, melhorar a tomada de decisão e fornecer uma visão abrangente dos potenciais riscos, levando a uma mitigação de riscos mais eficaz”.

Bruno Castro, Fundador & CEO da VisionWare, relembra que uma abordagem integrada à gestão de riscos se concentra “na avaliação de riscos no contexto mais amplo da estratégia empresarial” o que, “por si só”, já “é vantajoso na medida em que atua como uma estrutura que garante que os principais riscos são compreendidos e considerados em conjunto com outros riscos, e não de forma isolada”. Esta visão holística, explica, facilita o processo de tomada de decisão – já que permite ter uma maior compreensão dos riscos –, assim como da conformidade com as diferentes regulamentações.

Outro benefício, refere, é, “sem dúvida, o aumento da resiliência e eficiência operacional, já que permite às organizações, identificar e mitigar proativamente os riscos, evitar interrupções nos processos de negócios e assim minimizar potenciais perdas financeiras”.

Fábio Ribeiro, Sales Engineer da WatchGuard Portugal, defende que “a adoção de uma abordagem integrada à gestão de riscos é vital para fortalecer a postura de cibersegurança de uma organização”, uma vez que permite ter uma visão holística e abrangente dos riscos de segurança. Esta estratégia “facilita a identificação e avaliação proativa de riscos, desde ameaças externas até vulnerabilidades internas, e promove uma resposta coordenada e eficaz a incidentes de segurança”.

Ao mesmo, permite uma “alocação mais eficiente de recursos de segurança e assegura a conformidade com regulamentações, resultando numa melhor proteção contra ataques informáticos e numa postura de segurança mais robusta em todos os níveis da organização”.

Desafios para os líderes

“Sem dúvida, o aumento da resiliência e eficiência operacional, já que permite às organizações, identificar e mitigar proativamente os riscos, evitar interrupções nos processos de negócios e assim minimizar potenciais perdas financeiras”


Bruno Castro, Fundador & CEO da VisionWare

 

Bruno Castro indica que um dos grandes desafios que os líderes têm de enfrentar é o equilíbrio entre “as múltiplas necessidades inerentes à segurança da informação numa organização, perante o cenário atual de riscos”. O fundador e CEO da VisionWare diz que “existe todo um conjunto de ameaças a ter em conta, externas e internas, e o CISO e o CSO têm o desafio de acompanhar a evolução e a inovação dessas mesmas ameaças para garantir que as defesas estão atualizadas, são eficazes, abordando os riscos de forma proativa”.

“É ainda importante alinhar as estratégias de cibersegurança e de gestão de riscos com os objetivos de negócios, isto é, garantir que as medidas de segurança além de protegerem a organização contra ameaças, também estão alinhadas com as metas e a continuidade dos negócios”, explica Bruno Castro. “Outro desafio reside na avaliação e comunicação de riscos. Avaliar e comunicar efetivamente os riscos para as partes interessadas é crucial”. Por fim, “um desafio a ter em conta e, simultaneamente, uma meta é criar uma cultura de segurança, crucial para gerir riscos externos e internos”.

Fábio Ribeiro relembra que os Chief Information Security Officers e os Chief Security Officers enfrentam “desafios notáveis no contexto da gestão integrada de riscos, marcado pela complexidade e pela evolução constante das ameaças”. Assim, a principal dificuldade reside “em manter a segurança num cenário que está em constante modificação, exigindo uma resposta ágil e adaptável. A integração de informações de segurança provenientes de diversas fontes para uma análise de risco coesa e abrangente também representa um desafio considerável, requerendo habilidades técnicas avançadas e uma gestão eficaz de recursos”.

Para Duarte Caldas, os líderes de segurança das organizações enfrentam desafios na necessidade de colaboração entre departamentos, acompanhando a evolução das ameaças e garantindo uma “comunicação perfeita” entre vários domínios de segurança. Os CISO e CSO precisam de “ter insights sobre questões sistémicas em controlos, processos e conformidade para áreas dinâmicas, como o risco cibernético. Isto exige que os sistemas tenham uma biblioteca ligada de itens de conformidade de potenciais riscos que possam ser visualizados em diferentes dimensões de negócio”.

Gerir o risco em tempo real

 

Os Chief Information Security Officers e os Chief Security Officers enfrentam “desafios notáveis no contexto da gestão integrada de riscos, marcado pela complexidade e pela evolução constante das ameaças”


Fábio Ribeiro, Sales Engineer da WatchGuard Portugal

No atual ambiente de cibersegurança – que é cada vez mais complexo –, as organizações estão a adaptar- se a gerir o risco em tempo real. Fábio Ribeiro refere que as empresas estão a implementar tecnologias avançadas, como inteligência artificial e sistema de monitorização contínua, para detetar e dar uma resposta rápida a ameaças emergentes. Ao mesmo tempo, é preciso uma análise profunda e específica da segurança dos endpoints, um “aspeto essencial na gestão de riscos eficaz”.

Duarte Caldas, da IBM Portugal, diz que as organizações estão a adotar uma gestão de riscos em tempo real através da adoção de soluções de “monitorização contínua, integração de inteligência de ameaças e mecanismos de resposta automatizados para identificar e lidar rapidamente com ameaças emergentes”.

Já Bruno Castro diz que “um indício positivo é que cada vez mais organizações reconhecem” a necessidade de gerir em tempo real o risco das organizações e muitas acabam por contratar um serviço de SOC. “Implementar ou adquirir um serviço de SOC é atualmente uma solução essencial para as empresas lidarem com a gestão de risco em tempo real. Um SOC compreende monitorização contínua 24/7, o que permite a deteção precoce de ameaças e, por consequência, uma resposta imediata a incidentes para mitigar ameaças, reduzir o tempo de resposta e o impacto dos ataques. Disponibiliza ainda a proteção dos dados e ativos, ao garantir que uma organização fica menos vulnerável a ciberataques e é uma garantia da continuidade dos serviços através de estabilidade operacional e recuperação rápida cujo foco é minimizar as consequências de um ciberataque a longo prazo”, explica.

Outra necessidade que as organizações devem apostar, refere o representante da VisionWare, é o investimento em treino e formação contínua dos colaboradores e, também, em testes de intrusão e simulação de ataques, que pretendem “reduzir os riscos associados a atividades humanas e fortalecer a primeira linha de defesa contra ameaças”.


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