Analysis
De acordo com dados da Kaspersky, baseados nos seus sistemas de deteção, foram implementados, em média, 411 mil ficheiros maliciosos todos os dias durante o ano de 2023, com um aumento de quase 3% em relação a 2022
07/12/2023
Os sistemas de deteção da Kaspersky descobriram uma média de 411 mil ficheiros maliciosos todos os dias, com um aumento de quase 3% face ao ano anterior. Alguns tipos específicos de ameaças também aumentaram, como os ataques que envolvem documentos maliciosos do Microsoft Office e outros tipos de documentos, que cresceram 53%. Os atacantes inclinaram-se para táticas mais perigosas, como a utilização de backdoors para se infiltrarem nos sistemas sem serem detetados. Em 2023, os sistemas da Kaspersky detetaram quase 125 milhões de ficheiros maliciosos no total. O sistema operativo Windows continuou a ser o principal alvo de ciberataques, representando 88% de todos os malwares detetados diariamente. As famílias maliciosas disseminadas através de vários scripts e diferentes formatos de documentos classificaram-se entre as três principais ameaças, representando 10% de todos os ficheiros maliciosos detetados diariamente. Os sistemas de deteção da Kaspersky descobriram um aumento diário bastante significativo de ficheiros maliciosos em vários formatos de documentos – por exemplo, Microsoft Office, PDF, etc. – aumentando em 53% para cerca de 24 mil ficheiros. O crescimento pode estar ligado a um aumento dos ataques que utilizam ficheiros PDF de phishing, concebidos para roubar dados de potenciais vítimas. O tipo de malware mais difundido continua a ser os trojans. Este ano, houve um aumento notável no uso de backdoors, registando um crescimento de 15 mil ficheiros detetados por dia em 2022 para 40 mil em 2023. As backdoors destacam-se como um dos tipos mais perigosos de trojans, fornecendo aos atacantes controlo remoto sobre o sistema das vítimas para realizar tarefas como enviar, receber, executar e apagar ficheiros, bem como recolher dados confidenciais e registar a atividade do computador. “O cenário das ciberameaças continua a evoluir, tornando-se mais perigoso ano após ano. Os criminosos continuam a desenvolver novo malware, técnicas e métodos para atacar organizações e indivíduos. O número de vulnerabilidades comunicadas também está a aumentar anualmente e os agentes de ameaças, incluindo os grupos de ransomware, utilizam-nas sem hesitar”, refere Vladimir Kuskov, Chefe de Pesquisa Anti-Malware da Kaspersky. Além disso, sublinha o mesmo responsável, “a barreira de entrada no cibercrime está agora a ser reduzida devido à proliferação da IA, que os atacantes utilizam, por exemplo, para criar mensagens de phishing com textos mais convincentes. Nestes tempos, é essencial, tanto para as grandes organizações como para cada utilizador particular, adotar soluções de segurança fiáveis”. |