Analysis

Ciberataques a nível mundial aumentaram 28% no primeiro trimestre de 2024

Os ataques semanais por organização totalizaram 1308 nos primeiros três meses do ano, representando um aumento de 28% em comparação com 2023

12/04/2024

Ciberataques a nível mundial aumentaram 28% no primeiro trimestre de 2024

De acordo com a Check Point Software Technologies, o primeiro trimestre de 2024 foi marcado por uma mudança no panorama mundial de cibersegurança, tanto a nível de frequência como de natureza das ameaças cibernéticas. Nos primeiros três meses do ano, o número médio de ciberataques por organização por semana atingiu 1308, o que representa um aumento significativo de 28% em relação ao último trimestre do ano anterior e de 5% em relação ao primeiro trimestre de 2023.

O setor mais visado é o da educação/investigação, totalizando, em média, 2454 ataques semanais por organização. Seguem-se as áreas do governo/militar, com 1692 ataques semanais, e da saúde, que sofreu 1605 ataques por organização. A Check Point Research (CPR) considera, neste sentido, que a vulnerabilidade dos setores essenciais para o funcionamento da sociedade à cibercriminalidade é alarmante.

No entanto, em termos homólogos, o crescimento dos ataques mais substancial ocorreu no setor dos fornecedores de hardware, com um aumento de 37%, o que “sublinha uma mudança estratégica na preferência dos cibercriminosos pelos alvos”, afirma a Check Point em comunicado. “A crescente dependência deste setor em relação ao hardware para IoT e dispositivos inteligentes torna estes fornecedores alvos lucrativos para os cibercriminosos”.

A nível regional, o continente africano ganhou destaque com um aumento de 20% em relação ao período homólogo em 2023, registando uma média de 2373 ataques semanais por organização. Na América Latina, em contraste, verificou-se uma queda de 20%, o que poderá indicar, refere a Check Point, a existência de medidas defensivas mais fortes na região ou a mudança temporária de foco dos cibercriminosos para outras áreas mais vulneráveis.

No que respeita a ransomware, a América do Norte foi a região mais afetada, representando 59% dos cerca de mil ataques de ransomware publicados, seguindo-se a Europa (24%) e a APAC (12%).

O maior aumento nos ataques comunicados, comparativamente ao primeiro trimestre do ano passado, verificou-se na Europa, tendo apresentado um forte crescimento de 64%. A Check Point atribui este aumento a fatores como “o aumento da digitalização de serviços e ambientes regulatórios que podem tornar as organizações mais vulneráveis ou alvos visíveis”. Já, na América do Norte, os ataques comunicados cresceram 16%.

A indústria representou 29% dos ataques de ransomware publicados, tendo sido o setor mais afetado a nível mundial nos primeiros três meses do ano e quase duplicado em relação ao ano anterior. Seguem-se os setores da saúde, com 11% dos ataques e um aumento de 63% comparativamente a 2023, e do retalho/atacado, com 8% dos ataques.

O aumento anual mais significativo no que respeita o ransomware verificou-se na área das comunicações, com 177%, ainda que tenha constituído apenas 4% dos ataques publicados no trimestre. “O aumento dos ciberataques do setor das Comunicações em relação ao ano anterior pode ter sido alimentado pela rápida transformação digital, integrando tecnologias como 5G e IoT, que expandem as vulnerabilidades”, explica.

Já o setor da indústria transformadora registou o segundo maior aumento de ataques de ransomware, com 96% em relação a 2023. A forte dependência da tecnologia interligada do setor, juntamente com as capacidades de segurança enfraquecidas que têm por base a utilização de tecnologias industriais antigas, tornam o setor um alvo principal comum, aponta a Check Point.


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