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C-Days Madeira: o cibercrime é combatido “ensinando as pessoas”

Com o mote “Apostar na Prevenção”, o C-Days Madeira decorreu no dia 9 de março e contou com sessões sobre os mais urgentes temas da cibersegurança, como o que abriu o evento sobre Cibercrime-como-Serviço

Por Maria Beatriz Fernandes . 13/03/2023

C-Days Madeira: o cibercrime é combatido “ensinando as pessoas”

A edição de 2023 do C-Days Madeira arrancou no dia 9 de março, numa colaboração entre o Centro Nacional de Cibersegurança, e o Governo Nacional da Madeira através da Secretaria Regional das Finanças. Como o mote “Apostar na Prevenção”, o evento fixou-se no Museu da Imprensa, em Câmara de Lobos. 

Abertas as hostilidades, subiu a palco uma sessão sobre “Cibercrime-como-serviço”, com Ricardo David, da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica  (UNC3T) da Polícia Judiciária, e sobre os desafios da democratização do cibercrime. Se pensa que a tecnologia pode solucionar os seus problemas de segurança, esqueça”, começou o responsável.

Atentando na evolução do crime, detalhou os tipos de serviços do Cibercrime-como-Serviço, capazes de obter lucros através de variadas metodologias: com plataformas de venda/darknet markets (onde fazem venda de armas, de estupefacientes, de credenciais furtadas, sob pagamentos de criptomoedas); phishing (com recurso a engenharia social); Ransomware-as-a-Service; branqueamento de capitais (que envolve a banca tradicional associada às criptomoedas); criação de conteúdos (nomeadamente páginas de investimento em criptomoedas); e furto das bases de dados para venda, “as barras de ouro” para os cibercriminosos.

Ricardo David prosseguiu com a apresentação de casos reais da PJ, de como os tentaram resolver, e de táticas, e ressalvou que a porta de entrada principal são “sempre as pessoas”; os “sistemas geralmente são seguros, as pessoas é que são o problema”. 

O surgimento do Cibercrime-como-Serviço implica uma democratização do cibercrime, que possibilita a fácil obtenção de informações/serviços para a prática do crime, de difícil deteção e com elevados ganhos e baixos custos – razões pelas quais o cibercrime cresceu drasticamente em popularidade e se massificou, explicou o responsável. 

Ricardo David disse que estas situações podem ser combatidas “ensinando as pessoas”, aumentando a literacia digital, desmantelando os provedores de serviços que permitem a utilização de ferramentas para as atividades dos criminosos, porque “fechando o serviço, corta-se a possibilidade de continuarem a fazer os ataques”; e, finalmente, recolhendo informações em ambiente digital e respetiva análise constante; utilizando novas ferramentas digitais como a inteligência artificial.

 

A IT Security é Media Partner do C-Days Madeira 2023


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